quarta-feira, 24 de junho de 2009

Epílogo

Alguns dias depois do fim desta piquena incursão pelos recantos mais longinquos do primeiro mundo, resolvi fazer uma síntese do que verdadeiramente me pareceu tudo isto que nós vimos.
Por vários factores alheios a nossa vontade, a viagem tornou-se um tanto massadora, longa e até enfadonha durante alguns dias. Os principais factores são sempre o tempo aliados ao excesso de peso e tretas que levámos. 40% das traquitanas que tínhamos connosco foram úteis , mas em tempo algum indispensáveis, tornando-se por isso luxos desnecessários tais como computador, comida que poderíamos ter comprado em qualquer supermercado, carregadores, cremes, toalhas, etc.
Depois de tudo isto vem a quantidade de roupa anti-molha que temos que usar e todo o transtorno q isto causa, pq agora está sol e estamos a suar e daqui a bocado já chove como merda e temos q vestir tudo outra vez. Isto tudo junto com as putas das moscas e o facto de estarmos a montar e desmontar tendas quase todos os dias também não favorece. Enfim, vamos indo e vamos vendo.

Creio que agora posso resumir a imagem com que fiquei da Escócia e que tenho deste país outrora um Império colossal e que está espelhado na dimensão, estrutura e imponência de tudo o que nos entra pelos olhos adentro.

A Escócia é um país de tradições e costumes, de gente dura talhada pelo frio e dureza de vida, herdeiros de sangue, cultura e lingua Vikings. Ora tudo isto se vê hoje na imagem que a promoção turística nos quer impingire neste caso específico, o turismo está a ser tábua de salvação para a economia local que perdeu TODA a indústria que tinha incluindo a produção de lã, restando somente o Whisky e pouco mais. Nunca houve muita dedicação a agricultura e o Inverno tb não o permite.
O turismo, como se sabe é um pau de dois bicos e ao contrário do que eu julguei quando planeei a volta, a Escócia está minada de "armadilhas" pra turistas.

Tudo funciona com moeda (ilustrado na foto que estou a meter a moeda na máquina de encher pneus) , por isto resolvi apelidar de Parque de Diversões ou Theme Park. Os autocarros de Japoneses carregados de máquinas, os placards de serviços turisticos, os passeios de barco, os guias de montanha, os alugueres de bicicletas, as visitas guiadas, os castelos, os monumentos, a venda de kilts etc, ect.

Ora partindo do princípio que o turismo corrói a cultura através do lucro e da ganância, muito da Escócia original está a desaparecer pra dar lugar não aquilo que sempre foi , mas aquilo que o turista quer ver. Creio que isto se passa um pouco por todo o lado, mas aqui deixou-me um bocado triste e com muita pena minha, pq do ponto de vista morfológico, é uma das zonas mais fabulosas que já visitei com as suas montanhas e elevarem-se a partir do nível do mar clarinho. Fabuloso
De resto tudo se passa como em qualquer outro país, os Escoceses não gostam dos Ingleses e vice-versa com a agravante de estes sempre terem tido guerras entre eles.

Bom, seja como for é sempre de visitar mas a sensação final é sempre de que vimos o que nos querem mostrar e não aquilo que queríamos ver. Serve para alguns, mas não para mim. A autenticidade dos lugares e das pessoas é o que me faz visita-los, não as teatralidades turísticas.

Assim sendo, a próxima viagem está já prevista para um país menos corrompido pelo dinheiro e onde as gentes ainda são gente. Esta é a minha opinião acerca de Marrocos, espero que se confirme.

Estão abertas inscrições pra quem tenha tomates de dormir em tendas e ir ao deserto.

Beijinhos e abracinhos

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